A Vila de Patos, na Paraíba, teria sido o local da peleja entre Ignacio da Catingueira e Romano da Mãe d'Água ocorrida em 1870. Dizem que esta foi a peleja fundadora de todas as pelejas.

domingo, 10 de junho de 2007

Otacílio Batista 1989 Meio século de viola

Repentista e cordelista, Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Participou pela primeira vez de uma cantoria em 1940, durante uma Festa de Reis em sua cidade natal. Em mais de meio século de repentes, participou de cantorias com celebridades como o Cego Aderaldo e outros. Conquistou vários festivais de cantadores realizados nos estado de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os folhetos de Cordel que Otacílio publicou estão os seguintes: A Morte do Ex-Governador Dix-Sept Rosado; Versos a Câmara Cascudo; Peleja de Zé Limeira com Zé Mandioca; Peleja do Imperador Pedro II com o Rei Pelé. Todos consagrados junto aos leitores nordestinos. Otacílio Batista publicou, ainda, vários livros. Entre os quais, destacam-se: Poemas que o Povo Pede; Rir Até Cair de Costas; Poema e Canções; e Antologia Ilustrada dos Cantadores, este último com F. Linhares. Versos de Otacílio foram musicados pelo compositor Zé Ramalho, dando origem à canção “Mulher Nova Bonita e Carinhosa”, tema de uma filme brasileiro sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Otacílio Batista Patriota morreu a 05 de agosto de 2003, na cidade de João Pessoa, Paraíba.

Depois de ouvir Otacílio Batista cantar durante um festival de violeiros realizado no Rio de Janeiro, o poeta Manuel Bandeira os seguintes versos:
“Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João.
Um a quem faltava um braço
Tocava cuma só mão;
Mas como ele mesmo disse,
Cantando com perfeição,
Para cantar afinado,
Para cantar com paixão,
A força não está no braço,
Ela está no coração.
Ou puxando uma sextilha,
Ou uma oitava em quadrão,
Quer a rima fosse em inha
Quer a rima fosse em ao,
Caíam rimas do céu,
Saltavam rimas do chão!
Tudo muito bem medido
No galope do Sertão.
A Eneida estava boba,
O Cavalcanti bobão,
O Lúcio, o Renato Almeida,
Enfim toda comissão.
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando minha saudação.”
[Fonte: www.pe-az.com.br/biografias/otacilio_batista_patriota.htm]

Faixas:
01 meio século de viola
02 muda brasil a tua imagem
03 nós somos todos irmãos
04 mamãe e papai
05 lua divina
06 origem do homem
07 palavras de cristo na areia
08 o direito da mulher
09 praça da paz celestial
10 a viola é meu pão de cada dia
(todas a músicas de otacílio batista)

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